Desenvolver a liderança autêntica se tornou uma meta de muitos programas de desenvolvimento de liderança nas organizações. Ao mesmo tempo em que as organizações criam modelos de competências que mais parecem o arquétipo do Super Homem ou da Mulher Maravilha, há um discurso de que as pessoas precisam ter uma marca que as distinguem das outras pessoas.

Enquanto as pessoas estão lutando para serem aceitas em suas organizações, para se adaptarem aos comportamentos esperados, na maioria das vezes esquecem de enfatizar suas forças, de valorizar o que é mais único em cada uma e de construir um propósito que traga sentido para a sua vida.

Eu mesma em minhas experiências nas organizações, elaborei e avaliei pessoas frente à estas listas enormes de competências. Isso, algumas vezes cria um ambiente de medo na organização, fazendo com que as pessoas busquem algo idealizado, o que aumenta ainda mais a pressão, a qual  somada ao foco exacerbado de busca de resultados pode gerar stress físico e psicológico. Eu acredito que, para assumir algumas posições as pessoas precisam ter consciência do seu papel e exigências da posição, o que é diferente de esperar que as pessoas tenham um alto nível de proficiência em muitas competências, sendo que algumas são até polares entre si. Por exemplo, uma pessoa que tem um funcionamento mais emocional, poderá ter mais talento com as pessoas e pontos a desenvolver em relação à visão de longo prazo e planejamento. O entendimento das dinâmicas humanas (Sandra Seagal e David Horne) nos ajuda a nos compreender melhor e também ao outro e com isso estabelecer metas de desenvolvimento futuro mais coerentes e autênticas.

De acordo com Nick Craig, presidente do Authentic Leadership Institute e Scott Snook, Professor da Harvard Business School, somente 20% das pessoas tem um claro propósito de futuro.

Encontrar o seu propósito é sair do ideal e ir para o real. Mas isso não é tarefa fácil e de acordo com os autores, dificilmente uma pessoa a consegue sem um apoio de amigos ou profissional pois precisamos do espelho para ver quem nós somos.

Então, para que possamos buscar nosso propósito, precisamos entrar em uma jornada de autoconhecimento. Todo dia colhemos algo que estamos plantando durante a vida, ou seja, o passado nos impacta de variadas formas e muitas vezes não temos consciência. Quando ressisgnificamos o passado, cuidando com gentileza da nossa história, nos libertamos e podemos ver o futuro de forma mais clara e inclusive perceber nossa tarefa ou propósito de forma mais clara.

Isso para mim é a chave para um trabalho de definição de propósito.

As pessoas que reconhecem suas forças e virtudes únicas tem mais chance de prosperar em suas vidas e trabalhos e também enfrentar obstáculos de forma mais saudável, de acordo com minha experiência e com as pesquisas de diversos autores.

O propósito então, tem relação com o como se vê o mundo, com o sentido que se dá para sua vida e trabalho e com o “como” se faz as suas atividades e isso impacta na qualidade dos frutos que colhe e colherá em sua vida.

escrito por Mirlene Marcos Ramos