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Minha experiência com Mindfulness

O meu primeiro contato com o tema Mindfulness foi em 2015 em uma palestra sobre alta performance na Expo Management, com a professora de Psicologia da Universidade de Harvard, Ellen Langer.

Ellen vem há 30 anos pesquisando mindfulness e, de acordo com ela, “as pessoas desconhecem sua própria consciência e, assim, não sabem que no momento presente não estão realmente lá”. Os diversos resultados de estudos de Ellen sugerem que, “quando as pessoas realizam suas atividades concentradas e conscientes de si mesmas, prestando atenção no momento e o que tem de diferente, o resultado inevitavelmente é superior”.

Na época eu fiquei curiosa e comecei a ler sobre o assunto.

“Mindfulness é a consciência que surge quando prestamos atenção com propósito (intenção) no aqui e agora e sem julgamentos”, de acordo com Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts. Grande parte do tempo nós estamos pensando sobre o passado, o futuro, ou impondo histórias e julgamentos sobre a experiência atual e àqueles que estão envolvidos com ela. Esta tomada de consciência consiste em duas partes: consciência do momento-a-momento de nossa experiência atual e a aceitação da experiência que está se desenrolando.

Neste período também soube que organizações americanas, como, por exemplo, Google, Apple, entre outras, estavam oferecendo programas de mindfulness para seus funcionários.

Mas só ler sobre o tema não me bastava para compreendê-lo plenamente.

Com o intuito de vivenciar o que era mindfulness, em 2016 eu fiz o curso de 8 semanas, que é um curso básico para quem quer entender o tema e praticar a meditação mindfulness. E depois disso fiz retiro de silêncio de um, dois, três dias e meditações diárias para desenvolver a atenção plena e fui percebendo ao longo do tempo as mudanças em meu próprio comportamento.

Como consultora e coach, eu tenho uma regra de ouro, que é: antes de utilizar qualquer novo conceito com meus clientes, eu devo testar em mim mesma. Então, ao longo dos meus 20 anos de trabalho (como executiva de RH e consultora) eu venho experimentando muitas diferentes técnicas, seja em terapia, coaching, dinâmica de grupo, arte, dança, e acredito que muitas destas, se bem conduzidas, ampliam a consciência. No entanto, mindfulness me trouxe uma experiência única. Me ajudou a parar, a respirar, a observar, a ter mais consciência, habilidades agora que percebo mais presentes no meu dia a dia, na vida pessoal e no trabalho.

Muitas vezes achamos que sabemos tudo o que está acontecendo, mas, na verdade, quando alguém nos fala algo, reagimos automaticamente e julgamos de acordo com nossas crenças, nossos hábitos e nossas experiências passadas, e ficamos boa parte do tempo absortos em nossos pensamentos e sentimentos, como se eles tivessem vida própria, o que nos impede de ver a nós mesmos e os outros como são.

“De que adianta olhar sem ver.”
Goethe

Também descobri que posso utilizar estes conhecimentos para apoiar meus clientes na sua jornada. Mindfulness não é só meditação, apesar de meditação ser uma prática que ajuda nessa jornada pessoal, uma vez que traz a mente para o momento presente. Após utilizar conceitos de mindfulness e exercícios breves em meus trabalhos de desenvolvimento, eu observei que trouxe outra qualidade de escuta e o feedback dos clientes vem sendo muito positivo. É como se aprendêssemos um jeito mais consciente de estar no momento presente, o que pode também levar a uma gestão mais consciente nas organizações.

Tomar consciência é o primeiro passo para a transformação. Acredito que o mindfulness, em conjunto com outras técnicas e com o campo apropriado, pode trazer a transformação que muitos de nós buscamos para nos realizarmos plenamente.

Isso é um pouco sobre minha experiência com mindfulness. Sei que tenho muito a praticar, estudar, aplicar e tomar consciência.

Tendo consciência, é possível tomar a vida nas próprias mãos, tornando-se livre para decidir o rumo da própria vida.

Escrito por Mirlene Marcos Ramos